quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A minha história com o "Arraiolos"


Comecei a fazer arraiolos aos 14 anos nem tinha a noção do que viria a ser essa arte, para mim era apenas um sapato novo, um vestido desejado, um passeio da escola, coisas que a minha mãe não podia pagar. Mas, mesmo sem ter noção do que seria hoje uma paixão, eu adorava ficar por ali bebendo com os olhos aqueles tapetes lindos, pontos ordenados em contornos e fundos com cores de nomes impensados para mim, acostumada ao verde, vermelho, azul, amarelo, rosa e branco; quando D. Maria Lúcia ou Maria Helena (me perdoem as outras) falavam em bordô, cru, ouro, royal, ferrugem etc.. eu ficava atenta para descobrir do que se tratava. Rezava para chegar logo as quartas-feira, que era o dia de mostrar os trabalhos e mesmo se não precisasse ir, estava lá, olhava e olhava e guardava na minha mente aqueles desenhos esplêndidos que ao final se transformava em lindas peças para cobrir chãos de casas que eu não sabia.
Não sei bem como começou essa atividade na paróquia do bairro, só sei que era uma forma de ajudar a comunidade após vários desabamentos, mortes e desabrigados, algumas senhoras da alta sociedade vieram, trouxeram e ensinarem a arte para um grupo, depois foram surgindo outras professoras, D. Silú (minha ex-sogra)por exemplo foi quem me ensinou, essa eu vou ficar devendo a ela pro resto da vida! A minha história continua dos 14 aos 16 (+/-) fazendo arraiolos, mas o retorno não era suficiente e havia a necessidade de uma salário melhor para poder continuar estudando, então o abandono. A volta só se deu uns 8 anos mais tarde quando tive os meus filhos e precisei ficar em casa cuidando deles e volto a fazer tapetes, mas ai novamente a necessidade de um salário mais substancial e... enfim essa é a minha história com o arraiolos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que gostamos de outras coisas em comum, além dos arraiolos. Colecionar revistas antigas e orquídeas. Seu bblog está lindo. Bjs
Soni